CADA HISTÓRIA, UMA LEITURA. CADA LEITOR, UMA HISTÓRIA: O TEXTO E SEUS DIFERENTES SIGNIFICADOS PARA O LEITOR

Edilian Bezerra Arrais[1]

 



Quando o assunto é leitura, há diferentes abordagens e enfoques possíveis de serem abraçados.

A concepção que adotaremos neste post é a que apreende a leitura como prática social, uma atividade situada em um contexto sócio-histórico [1], amplamente aceita no meio acadêmico.

Sob esse viés, o leitor passa a ter um papel de coprodutor no processo de leitura — é ação do leitor sobre o texto que lhe atribui significado.  É na interação entre eles que o texto torna-se uma unidade de sentido.  

Logo, entendemos que não há significação única ou estanque para um texto. O mesmo texto pode ter diferentes significados para o mesmo leitor, em diferentes momentos de leitura. As experiências de vida do leitor — suas crenças sobre o mundo e sua bagagem sociocultural — são essenciais no processo de produção de sentido.

Isso explica a razão de alguns textos nos parecerem chatos ou incompreensíveis no ensino fundamental, por exemplo, e, em outro momento se apresentarem a nós como fonte de prazer, a ponto de se tornarem nossas leituras preferidas.

Entender a leitura sob esse prisma, é conceber que para cada história há uma leitura e para cada leitor há uma história, que pode se desdobrar em incontáveis histórias — cada vez que o texto é lido.



[1] Graduada em Letras Português/Espanhol pelo Centro Universitário Ítalo-Brasileiro (UniÍtalo), professora de Língua Portuguesa na rede estadual (SEE/SP) e pós-graduanda pela PUC/MG em Ensino de Língua Portuguesa

[2] DELL’ISOLA, R. A produção da leitura. In: Leitura: inferências e contexto sociocultural. Belo Horizonte: Formato, 2001